COVID-19: SESAU REFORÇA MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ORIENTA SOBRE ATENDIMENTO DE PACIENTES COM SINTOMAS RESPIRATÓRIOS

Publicado em 14/03/2020 Editoria: Saúde

O secretário municipal de Saúde José Mauro Filho concedeu entrevista coletiva neste sábado (14) para falar sobre as estratégias de enfrentamento do Coronavírus (Covid-19), diante da confirmação de dois casos recentes da doença no município de Campo Grande. Uma das recomendações é para que os pacientes que estiverem apresentando sintomas respiratórios procurem preferencialmente uma unidade básica e de saúde da família, ao invés de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), para evitar ficar exposto a outras doenças.

O secretário reforça que estas unidades estão aptas a atender os pacientes, inclusive para fazer um primeiro diagnostico da doença.

“Nós temos uma rede robusta, com 71 unidades básicas de saúde que podem receber esse paciente que eventualmente esteja com algum quadro de problema respiratório.  É importante reforçar que neste momento, a orientação é para que o paciente só procure a unidade de saúde se realmente tiverem apresentado um quadro moderado, não havendo necessidade de buscar esse atendimento caso não haja esses sintomas mais definidos”, pondera.

Ele destaca ainda que quem tiver com sintomas respiratórios deve evitar sair de casa, utilizar ônibus, ir para a escola e até mesmo trabalhar até que os sintomas diminuam.

Neste sábado foram confirmados os primeiros casos de coronavírus no município de Campo Grande. O primeiro caso é de um homem de 31 anos que esteve a trabalho em Londres, na Inglaterra, entre os dia 04  e 09 de março.

O paciente procurou atendimento na UPA Coronel Antonino onde foi feita a coleta do material no dia 12 de março, com resultado positivo no dia 14 de março.

Foram realizadas orientações sobre as medidas de isolamento domiciliar ao paciente e recomendação, caso necessário, de busca por atendimento médico.

O segundo caso é de uma mulher de 23 anos que possui histórico de contato recente com paciente com caso confirmado de Covid-19. A contaminação teria ocorrido durante viagem ao Rio de Janeiro (RJ) durante os dias 06 e 08 de março. Até o momento a paciente não apresenta nenhum sintoma da doença.

A médica infectologista Márcia Dal Fabbro explica que a condição desta paciente é considerada comum, o que aumenta ainda mais a necessidade de reforço nas medidas preventivas.

“Alguns pacientes que estão com a doença podem não apresentar os sintomas comuns, o que o torna um transmissor em potencial da doença. Por isso a importância de intensificarmos as práticas individuais de prevenção”, comenta.

Até então 10 casos haviam sido notificados no município de Campo Grande, sendo 8 descartados e 2 confirmados. Neste sábado foram relatados oito novos casos suspeitos a Unidade de Resposta Rápida (URR) da Sesau.

 

Medidas de prevenção

Desde o mês passado a Sesau vem intensificando as medidas de prevenção e contenção da doença, através da implementação de um Plano de Contigência Municipal do Covid-19 e definição de protocolos e notas técnicas com orientações para os profissionais.

Foi instituído ainda um serviço de teleinfectologia onde, inicialmente, os profissionais médicos da rede poderão tirar dúvidas com especialistas (infectologistas) sobre casos suspeitos de coronavírus, dengue, entre outras doenças infecto-parasitárias, auxiliando assim na melhoria e qualificando o atendimento prestado à população.

Na semana passado houve anuncio da disponibilização de mais de 100 leitos de retaguarda para casos de dengue e Covid-19 junto ao Hospital do Pênfigo e o Hospital Regional Rosa Pedrossian, através de uma parceria com o Governo do Estado. Outras alternativas estão sendo estudadas para ampliar a disponibilização de leitos, caso haja necessidade.

Está prevista para a próxima semana a publicação de um decreto que irá regulamentar as ações de enfrentamento do Covid-19 no município, entre elas o cancelamento de eventos de grande massa caso haja necessidade, considerando orientação do Ministério da Saúde.

Principais recomendações para evitar a doença.

  • Lavar bem as mãos
  • Fazer uso de álcool gel
  • Evitar aglomerações em ambientes fechados
  • Manter os ambientes bem arejados

O uso de máscaras é recomendado apenas para trabalhadores da área de saúde e pacientes confirmados ou com suspeita da doença.

Orientações assistência domiciliar

Manter pessoa doente em quarto individual e bem ventilado. Na impossibilidade de quarto
privativo, manter a distância mínima de 1 metro do doente.

Limitar o número de cuidadores e não receber visitas.
Limitar a circulação do paciente e verificar a ventilação de ambientes comuns como cozinha,
banheiro, sala e outros, mantendo as janelas abertas.

 O cuidador deve usar máscara cirúrgica quando estiver no mesma ambiente e durante os
cuidados da pessoa doente;

As máscaras deverão estar ajustadas à face e não devem ser tocadas ou manuseadas durante o
uso. Se ela rasgar, sujar ou molhar, deverá ser trocada imediatamente.

Descartar a máscara imediatamente após o uso e realizar a higiene das mãos com água e sabonete
líquido.

Realizar higiene das mãos com água e sabonete líquido, dando preferência para toalhas de papel
descartáveis para secar as mãos. Caso não tenha toalhas de papel descartáveis disponíveis, usar
toalhas de tecido, trocando-as sempre que ficarem molhadas.

 Etiqueta respiratória: cobrir a boca e o nariz durante a tosse e espirros usando máscara
cirúrgica, lenços de papel ou cotovelo flexionado, seguido de higiene das mãos. No domicílio, todos
devem realizar.

 Os materiais utilizados para cobrir a boca e o nariz deverão ser imediatamente descartados
após o uso.

Evitar o contato direto com fluidos corporais, principalmente os orais, ou secreções respiratórias e fezes. Usar luvas descartáveis para fornecer cuidados orais ou respiratórios e quando manipular fezes, urina e resíduos.

Realizar a higiene das mãos antes e depois da remoção das
luva.

A higienização das mãos é fundamental para sua segurança!

 Luvas, máscaras e outros resíduos gerados pelo paciente ou durante os cuidados com o paciente
devem ser colocadas em lixeira separada antes do descarte com outros resíduos domésticos.

Evitar o compartilhamento de escovas de dente, talheres, pratos, copos, toalhas ou roupas de cama.
Entretanto, eles poderão ser reutilizados após limpeza com detergente comum.

Superfícies frequentemente tocadas, como mesas de cabeceira, maçanetas, cama e outros móveis do
quarto do paciente deverão ser limpas e desinfetadas diariamente com desinfetante doméstico comum.

 Limpar e desinfetar as superfícies do banheiro pelo menos uma vez ao dia com desinfetante doméstico
comum.

Roupas sujas, roupas de cama, toalhas de banho/mão do paciente devem ser lavadas com água e sabão
comum. Evitar agitar/sacudir a roupa suja.

 Usar luvas descartáveis e aventais de plástico ao limpar ou manusear superfícies e roupas. Retirar o
avental antes da remoção das luvas e realizar higiene das mãos imediatamente após.

 Os pacientes deverão permanecer em domicílio até a resolução completa dos sinais e sintomas.

 Indivíduos que podem ter sido expostos a casos  suspeitos de infecção por COVID-19 devem ser
orientados a monitorar sua saúde por 14 dias, a partir do último dia do possível contato, e procurar
atendimento médico imediato se desenvolver quaisquer sintomas, especialmente, febre, tosse ou
falta de ar.

Contatos sintomáticos devem entrar em contato com o serviço de saúde informando sua chegada e durante o transporte até a unidade de saúde usar máscara cirúrgica.

Evitar utilizar transporte público, aconselha-se utilizar veículo privado com boa ventilação.

› FONTE: PMCG